domingo, 31 de julho de 2011

Outras de Outros

"Que o tempo é inexorável*, todos sabem.
Que eu sou pior do que pareço, também.
Que meus textos são uma mistura de Nenê Altro com Augusto dos Anjos de uma forma piorada, é verdade.
E que eles, os textos, não tem nexo e são verdades estampadas, outro fato.
O que ninguém sabe, ou a maioria, que essa é minha maneira de dizer o que penso.
E vocês, provavelmente, querem saber a causa disso tudo. E eu sou uma causa perdida**.
Eu sou aquele que não mais gastará tempo, que é inexorável, com o amor ou com pessoas, quaisquer que sejam.
Gastarei-o comigo mesmo e com meus textos.
Talvez, próxima vez que te vir, te diga "adeus" e no horário de despedir-nos, diga "olá",
só para contrariar o coração e à mente**.
Não, não é porque te amo, mas porque a despedida machuca.
Outra coisa que devo contar é que não importa a semelhança entre duas cicatrizes,
ambas jamais serão iguais pois foram feitas por motivos diferentes.
Mais uma causa perdida, é por isso que luto, tendo a solidão como escudeira fiel.
Caso não tenham percebido, sou como o Dom Quixote, que não luta nem contra a imaginação,
mas sim contra o nada, onde tudo o que se impõe ao meu caminho sem roteiro definido ,
eu declaro guerra, então sou derrotado, mas levanto-me heróicamente e continuo desdenhando* meu caminho com desmazelo*,
escondendo-me bravamente por entre a poeira baixa e o vento fresco.
Eu sou o filho da culpa, a morte dos inocentes e o grito dos inglórios.
Eu sou o desfecho de tudo e todos. EU SOU O NADA!"

Notas:
* Procure o significado no dicionário caso não saiba
**Trechos do texto "Conto Retroativo" de Luís Fernando Veríssimo

P.S.: Fiz este texto em meados de 2009

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Inferno Íntimo

Faz uma semana que não te vejo,
Uma eternidade que não te beijo.
Sentir o calor dos teu braços
É como queimar os demônios
Que atormentam o meu espírito
E se banham com minhas lágrimas
O tempo parece não passar
A vida parece estagnar
Onde está, nada está no lugar


Às vezes chego a duvidar da realidade
Será que você existe em algum lugar além do meu pensamento?
Meu amor, te ver
É não ver o mundo,
Ver o mundo
É não ver você!

Eu procuro um jeito de te encontrar,
Você acha um meio pra fugir,
Sem você não consigo respirar
Não tenho aonde ir

Faz frio, começa a chover
A casa está silenciosa, onde está você?
O tempo para, e ri, como se gostasse de ver chorar
Alguém que se importa, que faz sofrer
A solidão não me seduz
Mas sou obrigado a deitar-me com ela todas as noites
Os gemidos que se ouvem em meu leito
São apenas de dor
O sol não é piedoso
Não me aquece com o calor que vem de seu corpo
Mas minha carne é febria
Longe de você
Meu corpo queima de frio

Já é tarde, quase noite
Mas o sol nunca mais raiou desde que partiu
Faz frio, noites solitárias
Amor, quando vai voltar para o sol aparecer

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Texto que fiz em parceria com meu amigo James, do querido blog Cérebro Cozido